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NADA DE NOVO NO REINO DA DINAMARCA

  • Foto do escritor: Rosana Almeida
    Rosana Almeida
  • 20 de ago. de 2020
  • 2 min de leitura

Não há nada de novo no reino da Dinamarca. Nada é mais humano do que ser desumano algumas vezes. Perdemos o sonho mais querido, mais sonhado e mais cuidado e ainda temos que levar que não fizemos isso ou aquilo e ainda por cima recebermos a notícia da própria morte antes do dia raiar e da hora final. Uma hora queres uma coisa e na outra hora já é outra. Em seguida queres as duas para na sequência querer nenhuma.

Tu não sabes dar valor ao que tens Olha o nosso céu o nosso mar o nosso sol as estrelas que distribuo com o olhar na tua manhã e a luz do meu sorriso a iluminar os teus dias Que culpa eu tenho se tu sofreste apareci na tua vida ainda ontem e tenho que pagar uma fatura que não é minha Todo mundo sofre eu sofri e ainda sofro mas não culpo ninguém pago as minhas contas em dia e se te falto peço perdão e ainda assim me torno e me dou como um bálsamo a refrescar o teu presente não posso apagar o que passou só contribuir para o que virá ser-te leve nos dias que nos restam olhas o que fazes tu tens medo que eu faça contigo o que tu fazes comigo tens medo que eu use a tua arma contra ti

Olhas para o que fazes e para o que faço perdes o teu tempo em brigar com deus por não ter o poder de adivinhação na vida há coisas que só apostando dando a cara pra bater parece que vais morrer se experimentar e se errar e se não gostar e se gostar e se acertar e ser feliz e ter que admitir que há também o bom em mim quero que tu sejas o meu bom também a canela do meu doce a cobertura do meu sorvete eu abóbora e tu requeijão

Tu achas verdadeiramente que não me seguro na tua loucura achas verdadeira mente ainda antes de antes de antes de ontem ouvi toda panela tem a sua tampa e levei um susto eu que sempre me tive como panela sem tampa ou panela destampada tampa torta de panela amassada sou panela sem tampa ou a tampa extraviada caldeirão onde cozinho loucura e poesia e ainda compartilho chamas-me covarde chamas não perguntes a mim por que cruzei o teu caminho desta sabedoria nada sei sou rebelde quem nada melhor na tua poesia e na tua loucura ponho a minha loucura a serviço da tua poesia e a minha poesia a serviço da tua loucura e tu consegues me acompanhar sou saudavelmente louca e loucamente apaixonada e tu consegues me acompanhar pensas que não respeitarei o teu silêncio quando és tu que não toleras o meu temes que colocarei uma régua no teu torto e amado caminho

E para terminar tem mais uma coisa porque sempre falta alguma. Quando permaneço em silêncio não é desprezo, indiferença ou desatenção. Calo-me para que tu ouças o teu interior. Porque longe de mim te deixar confuso!


Rosana de Almeida

in Um Ano INcomum, 2014. NELPA Editora


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