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O milionário mora ao lado

Você já pensou como os milionários se fazem?


O milionário mora ao lado.
De Thomas J. Stanley e William D. Danko. Editora Manole, 1999

Este livro está mexendo com a minha cabeça. Costumo dizer que não sou psicóloga de doenças, nem de problemas. Sou uma pessoa e consequentemente profissional que gosta de observar como os fenômenos emocionais individuais vão ganhando espectro, no sentido físico da palavra, como passa a ser observável como fenômeno social.


Vou me ater ao livro. Gostaria de o ter lido quando adolescente. Queria ter ganhado de presente do meu pai, mas certamente não daria valor. É do meu pai que quero falar.


Uma das histórias que ele contava da sua meninice e que gosto, entretanto não posso deixar de admitir que me doía, mas agora vejo de outro jeito, é que quando tinha jogo de futebol no clube Corinthians (ele morava dentro do clube) vendia sorvete na arquibancada com os picolés acondicionados em uma caixa de sapatos. Tinha que vender rápido senão perdia a mercadoria e o capital empregado.


Meu pai era rico e não sabia

Meu pai virou contador porque tinha que contar dinheiro. Todo mundo deveria... depois passou a administrador de empresas. Era uma época que se passou a dar valor em diplomas de faculdades e achávamos que era o máximo ter um. E porque ele não queria que as filhas tivessem o mesmo sofrimento que ele teve na infância, fez questão que fizéssemos faculdade. Meu pai era rico e não sabia. Talvez a dor dos padecimentos infantis e que ele contava com humor, chorando por dentro porque eu entendia, não o deixou perceber isso. E é disso o que trata O milionário mora ao lado de Thomas J. Stanley e William D. Danko. Ainda estou no começo, mas já mexeu comigo, o suficiente para me fazer sentar aqui e escrever algo.


É interessante pensar como o dinheiro se movimenta dentro de um povo, uma nação ou no planeta. Trata de uma pesquisa que os autores fizeram com milionários americanos afluentes, ou seja, milionários de primeira geração. Não receberam heranças. Fizeram-se milionários com seus próprios trabalhos e que não eram, nem de longe, profissões conquistadas em Universidades americanas ou de qualquer outra nacionalidade. Pessoas de hábitos simples e que não cabia o consumismo neles!


Não irei me estender muito pois, como já disse, estou no começo para fazer uma sinopse ampla. Mas é o suficiente para contar que a riqueza liquida conquistada não perdurou na geração subsequente. Por quê? Pelo mesmo motivo que o meu pai escolheu para a vida de suas filhas!


Os filhos de milionários afluentes não começavam a trabalhar cedo, muito menos com trabalho duro como administrar coleta e venda de sucata ou levantar três horas da madruga para abrir uma padaria. Os hábitos dos filhos quando encaminhados para as universidades eram outros, exigiam gastos e consumo nunca antes comportados naquela família. E a riqueza se extinguia no decorrer dos anos, no mesmo ou em menor tempo que foi conquistada.


os jovens não estão em condições de fazer escolhas importantes como a da profissão a seguir, na época em que se exige deles

Gostaria ainda de acrescentar um ponto importante que observo na comunicação da mídia atualmente e que penso fundamental frisar neste meu espaço. Não basta apenas a mudança de hábito para uma geração crescer e enriquecer. É indispensável que filhos sejam educados com base em princípios. Se não se alimenta e fortalece o princípio de humildade e amor ao próximo, se a família for religiosa, amor e temor a Deus e o amor e a caridade consequentemente estarão como princípios fundamentais, as gerações vindouras cairão na arrogância, orgulho e, no meu entender, estupidez.


Não poderia deixar de registrar que sempre disse que se tivesse tido filhos, teriam que fazer um colégio de nível técnico porque é o nível técnico que protege o jovem do desemprego e não o diploma de faculdade. Depois poderiam escolher para onde seguir. Eu seria uma mãe chata. Sou de opinião que os jovens não estão em condições de fazer escolhas importantes como a da profissão a seguir, na época em que se exige deles. Devem ficar livres sim para solucionar conflitos emocionais acumulados na adolescência que tornam a entrada na vida adulta muito custosa. Enfim o que escrevi aqui é mais para te fazer pensar do que para responder.

Até a próxima...


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