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Um aprendizado da Expiação de Jesus Cristo


Em minha pequenez diante DELE, não sei como O chamar, Grande Messias, Grande Eu sou, Senhor dos Exércitos, Filho do Homem, Filho de Deus, Cordeiro de Deus, Bom Pastor, o Alfa e o Ômega, Deus de Abraão, Isaque e Jacó, Pedra de Esquina, o Verbo, Criador do céu e da terra entre tantos outros títulos e pedir, humildemente, licença para escrever sobre um ensinamento que extraí de Sua Expiação.

Em Lucas 23 está registrado:

33 E quando chegaram a um lugar chamado Caveira[1], ali o crucificaram, e aos malfeitores, um à direita e outro à esquerda.

24 E dizia Jesus: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. E repartindo as vestes dele, lançaram sortes.


Nessas palavras eternizadas pelo evangelho de Lucas foi retratado como Jesus elaborava, dentro DELE uma situação extremamente angustiante e que tinha que passar – foi SUA escolha.

Para tornar minha tarefa mais suave vou me retirar para uma situação quando o sofrimento é menor, tornando assim o trabalho de pensar mais suportável.

Em minha juventude, meus pais tinham uma bela casa de praia. Havia na lateral uma varanda onde, no final da distância de dois carros um pequeno arbusto que floria.



Sim. A missão do pequeno arbusto era crescer, expandir os seus galhos e florescer.

Em uma ocasião o arbusto expressou toda a sua força e explodiu em flores da cor magenta. Era um escândalo de beleza. Um destaque que saltava aos olhos de qualquer pessoa que por ali passava.

Um dia comentei com o meu pai: Lindo o nosso arbusto! Ele, fazendo uma fisionomia de desagrado, disse: Vou podá-lo.

Não é todo mundo que aguenta chamar atenção. Na minha fantasia de filha observadora, tinha sido um pedido da minha mãe e o que ela pedia era uma ordem, pelo menos para o meu pai.

A poda de uma planta deve ser feita quando ela está sem forças para aguentar seus galhos. Então podamos para que a energia se concentre no tronco principal, a planta se recupere e volte a crescer novamente. Não deve ser feita no auge de seu desenvolvimento e esplendor, quando está plena de forças e nos presenteando com sua beleza.

A poda foi feita. Em minha empatia com o pequeno arbusto senti: Eles não gostam do que tenho para dar a eles e é só o que tenho. Não sou uma árvore para dar sombras, florescer é o que sei fazer. “E faz muito bem, minha querida”, gostaria de lhe dizer.

Não lembro de ter visto o pequeno arbusto florescer novamente, muito menos com aquela intensidade e plenitude. Ficou magoado e temeroso de que estava fazendo algo errado.

Se eu pudesse ensinar ao arbusto o evangelho de Jesus Cristo, especificamente Lucas, eu diria: Perdoai-os! Eles não sabem o que fazem.



Voltando ao Salvador e Redentor, Poderoso Deus, Deus de Israel, Príncipe da Paz, (minha) Rocha de salvação.

Jesus sempre soube, desde muito antes de nascer na carne que nós – parte importante senão a principal da Sua criação, seríamos vítimas de uma dualidade corpo/mente e que não saberíamos durante muito tempo, ainda não nos apropriamos desse saber, como fazer a integração entre ambos.

O Senhor ‘sabia’ e, portanto, compreendia que aqueles algozes estavam sendo irracionais.


Em seu evangelho, capítulo 27, Mateus fala:

16 E tinham então um preso bem conhecido, chamado Barrabás.

17 Portanto, reunindo-se eles, disse-lhes Pilatos: Qual quereis que vos solte? Barrabás, ou Jesus, chamado Cristo?

18 Porque sabia que por inveja o haviam entregado.

Marcos também testifica em seu evangelho, capítulo 15:

9 Pilatos lhes respondeu, dizendo: Quereis que vos solte o Rei dos Judeus?

10 Porque ele bem sabia que por inveja os principais dos sacerdotes o tinham entregado.


Sem querer entrar na questão que a Expiação de Jesus Cristo foi e continua sendo o centro do Plano de Salvação desenhado pelo Pai Celestial no início de todos os tempos, ELE, o Pai Celestial, contou com uma emoção atroz dentro do homem – a inveja – para que a barbárie que seria cometida com SEU Filho Unigênito tivesse o triste êxito.

Inveja não é sentimento. Inveja é impulso destrutivo, ódio, emoção. A inveja fica muito aquém da capacidade de pensar ou você já ouviu alguém falar algo sobre a própria inveja? De forma alguma! Ela é negada e quanto mais negada, mais irracional fica e menos transformada por nossa capacidade de pensar pensamentos.

E são essas quatro últimas palavras que fazem toda a diferença: temos capacidade de pensar pensamentos e não sentimentos. Precisamos sentir sentimentos, acolhê-los e esperar que se dissolvam. Quanto mais brigamos com os sentimentos ou com nós mesmos (porque não deveríamos estar sentindo o que estamos) mais fortes e rebeldes eles ficam.

Que fique bem claro que acolher um sentimento ou uma emoção não significa agir de acordo com eles. Significa sim aceitá-lo dentro de si sem ficar se odiando porque está sentindo aquilo. Isso é tolerância. Aceitar sem julgamento e aceitar sem julgamento seja a si mesmo ou ao próximo é sentir compaixão.

Mas por que isso?
Porque somos seres atuantes e seres existentes.

O lado atuante do nosso ser está ligado à razão, muito útil, sem dúvida. Quando surge um problema objetivo: o combustível do carro acabou e você tem que estar em algum lugar no intervalo de 15 minutos. É o lado atuante ou pensante que se apropria da situação para resolvê-la da melhor maneira possível.

O lado existente propicia que experimentemos as mais diversas situações que tenham carga emocional ou física. Se estamos tristes ou alegres, sentindo dor de dente, saudades de alguém que partiu ou morreu ou com dor de barriga.



Voltando a ELE.


Quando Jesus diz ao Pai (Sim! Ele diz todos os dias): - Eles não sabem o que fazem... ELE está dizendo que tem uma compreensão racional do comportamento de seus algozes. É o Seu EU ATUANTE – lembre-se que Jesus escolheu nascer na condição humana e não houve nada da condição mortal que não tenha acontecido com ELE – que se manifesta nesta frase.

É exatamente na primeira parte da fala de Jesus Cristo, em Seu pedido ao Pai que (nos) perdoe e que deixei para falar por último por ser a parte principal é a manifestação do Seu EU EXISTENTE. Não adianta só pensar (entender), temos que sentir e acolher (ser empático, compreender e PERDOAR).

Perdoar o nosso semelhante quando não podemos modificar a realidade que ele provocou. Quando não podemos modificar a realidade externa e a outra pessoa faz parte da realidade externa de cada um.


Jesus sentiu compaixão pelos seus algozes. Ele foi capaz de compreender a dinâmica invejosa que predominava dentro deles. Só compreender não resolve o problema, nem externa nem internamente. Perdoar é imprescindível para completar o trabalho interno. Ao perdoar a realidade interna se modifica verdadeiramente. Você se torna uma outra pessoa, muda para melhor.


Perdoai-os Pai. Eles não sabem o que fazem! É fala e atitude de uma pessoa completa, íntegra e integrada. ELE é UNO com o Pai, mas essa divina condição não é, nem jamais será razão para que não façamos o mesmo.






[1][1] Em Marcos 15:22 está registrado: E levaram-no ao lugar do Gólgota, que é, traduzido, Lugar da Caveira.


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